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terça-feira, abril 11, 2006 

Já não é com antes

Será que passou assim tanto tempo? Em conversa com o meu primo Pedro mais novo, cheguei a uma triste conclusão.
A juventude de hoje, na faixa que vai até aos 19/20 anos, está perdida. O grande choque, entre outros nessa conversa, foi quando lhe falei no Tom Sawyer. "Quem? " , perguntou ele. Quem?! Ele não sabe quem é o Tom Sawyer! Meu Deus...
Comoé que ele consegue viver com ele mesmo? A própria música: " Tu que andas sempre descalço, Tom Sawyer, junto ao rio a passear, Tom Sawyer, mil amigos deixarás, aqui e além... "era para ele comoo hino senegalês cantado em mandarim. Claro que depois dessa surpresa,ocorreu-me que provavelmente ele não conhece outros ícones da juventude de outrora. O D'Artacão, esse herói canídeo, que estava apaixonado por uma caniche; Sebastien et le Soleil, combatendo os terríveis Olmecs; Galáctica, ainda passa na Sic Radical,que acalentava os sonhos dos jovens, com as suas naves triangulares;
O Automan, com o seu Lamborghini que dava curvas a noventa graus; O mítico Homem da Atlântida, com o Patrick Duffy e as suas membranas no meio dos dedos; A Super-Mulher, heroína que nos prendia à televisão só para a ver mudar de roupa (era às voltas,
lembram-se?); O Barco do Amor. Naquela altura era actual,quando passou na Sic Radical ja nao me dizi nada ... Depois há toda uma série de situações pelas quais estes putos não passaram, o que os torna fracos. Ele nunca subiu a uma árvore! E pior, nunca caiu de uma. É um mole. Ele não viveu a sua infância a sonhar que um dia ia ser duplo de cinema. Ele não se transformava num super-herói quando brincava com os amigos.
Ele não fazia guerras de cartuchos, com os canudos de plastico que roubávamos nas obras e que depois personalizávamos. Ele nunca roubou chocolates no Pingo-Doce ou marmelos ao vizinho. O Bate-pé para ele é marcar o ritmo de uma canção..
Esta juventude de hoje está a crescer à frente de um computador. Tudo bem, por mim estão na boa, mas é que se houver uma situação de perigo real, em que tenham de fugir de algum sítio ou de alguma catástrofe, eles vão ficar à toa, à procura do comando da Playstation e a gritar pela Lara Croft.
Óbvio, nunca caíram quando eram mais novos. Nunca fizeram feridas, nunca andaram a fazer corridas de bicicleta uns contra os outros. Hoje, se um miúdo cai, está pelo menos dois dias no hospital, a levar pontos e a fazer exames a possíveis infecções, e depois está dois meses em casa a fazer tratamento a uma doença que lhe descobriram por ter caído.Doenças com nomes tipo " Moleculum infanticus " , que não existiam antigamente. No meu tempo(ate parece que sou velho,tenho quase 23), se um gajo dava um malho nem via se havia sangue, e se houvesse, não era nada que um bocado de terra espalhada por cima não estancasse. Eu hoje já nem vejo as mães virem à rua buscar os putos pelas orelhas, porque eles estavam a jogar à bola com os ténis novos( a minha fazia isto muita vez). Um gajo na altura aprendia a viver com o
perigo. Havia uma hipótese real de se entrar na droga, de se engravidar uma miúda com 14 anos, de apanharmos tétano num prego enferrujado, de se ser raptado quando se apanhava boleia para ir para a praia.
E sabíamos viver com isso.
Não estamos cá?
Não somos até a geração que possivelmente atinge objectivos
maiores com menos idade?

Se tu pensasa assim (que pensas muito bem), imagina eu que sou só um cadito mais velha (coisa pouca)

Que saudades do Tom Sawyer, do mal-humorado Ferrão da Rua Sésamo ou tantos outros heróis.
Realmente hj em dia aquilo que os miudos consideram uma grande aventura é passar a tarde toda fechados em casa e ao final da tarde ter passado todos os níveis desde ou daquele jogo novo que compraram para a PS. Para nós uma grande aventura era passar uma tarde toda a brincar na rua, "comprar" o lanche no pomar do vizinho, limpar a poeira dos sapatos novos com um lenço de papel na esperança que a mãe não reparasse que andámos na areia do jardim com eles....
Enfim, saudades dos bons velhos tempos.
Parabéns pelo post.

Lá fazer feridas de bicla faziamos, mas tb não blogávamos.

Somos exactamente da mesma geração... Estou perto dos 23...
... Fiquei com umas saudades desses tempos... dos desenhos animados que falaste e até das minhas quedas de bicicleta !!

Quero mais !

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